quarta-feira, 18 de maio de 2011
sem título de felicidade
sábado, 23 de outubro de 2010
PARA POESIA
segunda-feira, 5 de abril de 2010
SEM CORRENTES DE ILUSÕES
O TRITILHAR DO GRIDE
AINDA HOJE ME ACOMPANHA
NÃO SOU O MESMO MENINO
MAS INDA ANDO SOL A PINO
POR ESTRADAS, VALAS, SECAS,
MANGUE OU CORREDOR...
NO CAMINHO: CORPO ARMADURA.
FORTALEZA SÓLIDA NO ESPAÇO
ESCORREGANDO FEITO MUSSUM
NO CALOR DO MORMAÇO.
LIBERDADE, MOTOR QUE PROPAGA
ALEGRIA, ENERGIA. QUE VEM E ESTALA.
UM BRINDE À ELE! QUE MERECE A ESTRADA.
helder oliveira 02.04.2010
quinta-feira, 1 de abril de 2010
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
POESIA NA PALMA DA MÃO
PELOS CENTROS DE ATENÇÃO
DA PALMA DE MINHA MÃO
NÃO ENXERGO MEU FUTURO
SÓ PONTOS DE ABSTRAÇÃO
.
.
CICATRIZES ACUMULADAS
ADQUIRIDAS POR CORTES VÃOS
PRA CADA UMA, UMA HISTÓRIA
QUE TE CONTO COM AS MÃOS
.
.
AOS POUCOS ENXERGO LETRAS
POR ESTRADAS A PERCORRER
DIGITAIS ENTRELAÇADAS
INFORMANDO O MEU SER
.
.
FAÇA-SE LEITURA DE TUDO
ENXERGUE O QUE HÁ NO MUNDO
APROVEITE DA MELHOR MANEIRA
O SEU DIA OPORTUNO.
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
quinta-feira, 30 de abril de 2009
RODA VIVA
Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu...
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou...
A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá...
Roda mundo, roda gigante Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante Nas voltas do meu coração...
O samba, a viola, a roseira Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira Que a brisa primeira levou...
No peito a saudade cativa Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva E carrega a saudade prá lá ...
Roda mundo, roda gigante Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante Nas voltas do meu coração...
Chico Buarque
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Ser Prolixo é preciso viver nao é preciso
Nada contra as pessoas. Mas ultimamente tenho preferido livros, papéis, casas, árvores, animais, e principalmente praias (quando se pode). Inclusive acho que me dou melhor com esses objetos. A culpa não é das pessoas, mas de um sentimento de aversão instalado, em especial as multidões. É, às vezes, lembro do filme de Eduardo Coutinho, Edifício máster, quando uma das pessoas entrevistadas fala do sentimento de aversão ao Rio de Janeiro pela quantidade de pessoas ao redor, que não sabe mais se são as ruas que ficaram pequenas, ou se as pessoas que aumentaram, ou se foi as duas coisas. Fobia social no fim das contas.
Pois bem. Interessante é você pensar sobre como o cotidiano acaba por ser sempre o mesmo, tudo está minimamente esperado, inclusive as relações com as pessoas. Contudo, não vejo problema em partilhar meu tempo com uma música, ou com o ócio, em vez de necessariamente estar numa multidão = mais de 5 (cinco) pessoas. O fato é que o mínimo vão te chamar de autista. É, acho que vou comprar um prato daqueles e ficar girando loucamente, talvez seja divertido. Talvez seja mais interessante do que proferir discursos prolixos para fins de obtenção de condutas e regras sociais estabelecidas.
A principal questão é que se tem alguém que tem que começar a andar do meu lado de vez em quando, é a palavra prolixa. Temos antipatia uma pela outra, é bem verdade, e o fator das multidões exacerba essa antipatia, entretanto, ela faz sombra se manifestando demasiadamente, como assim é, em pequenos grupos.
É, enquanto conquisto sua amizade, que para mim é um tanto utilitarista, continuarei tentando não ser prolixa na escrita, já que não é uma vantagem, no mundo dos 500 caracteres. Mesmo assim, ainda prefiro os papéis. Entretanto continuarei na corda bamba de não sintetizar por demais as idéias, por enquanto acho que mais vantagem é comprar um conjunto de loucas, com muitos pratos, quem sabe usando mais de um prato, possa ser uma condição de ser prolixo.
Vai saber!
sexta-feira, 10 de abril de 2009
A idéia
"De onde ela vem?!
De que matéria bruta vem essa luz que sobre as nebulosa scai de incógnitas criptas misteriosas como as estalactites duma gruta?!
Vem da psicogenêtica e alta lutado feixe de moléculas nervosas que, em desintegrações maravilhosas,delibera, e depois, quer e executa.
Vem do encéfalo absconso que a constringechega em seguida as cordas da laringe,tísica, tênue, mínima, raquítica...
Quebra a força centrípeta que a amarra mas, de repente, e quase morta, esbarra no molambo da língua paralítica!"
Augusto dos Anjos
sábado, 28 de março de 2009

sexta-feira, 27 de março de 2009
ESSA VALE A PENA!
Essa não é uma coluna sobre cultura, é sobre educação. Mas o que tem mais a ver com a cultura do que a educação?
Todo estudante universitário já ouviu falar do Currículo Lattes, todo aspirante a Mestre ou Doutor decerto já fez o seu e àqueles com pretensões acadêmicas é imprescindível atualizar seu Lattes pelo menos duas vezes por ano. O Lattes é critério quase universal para seleções de programas de pós-graduação do Brasil e do exterior, além de ser fundamental nas bancas de contratação de professores universitários em concursos e editais. Mantido pelo CNPq, é uma forma democrática de centralizar as informações acadêmicas de todo país, permitindo aos pesquisadores encontrar colegas de áreas afins e, a quem seleciona, avaliar a produção científica do aspirante à vaga.
Os críticos dizem que o Lattes transforma todo o esforço intelectual dos pesquisadores em quantidade, em números, simplificando e até ridicularizando uma produção eminentemente qualitativa. Ocorre que no final do Lattes há uma tabela informando quantos artigos foram publicados, quantos livros ou capítulos de livros, de quantos congressos o fulano participou. Mas até aí nenhuma novidade, se você começou a ler este texto provavelmente já sabe o que é e como funciona o Currículo Lattes. A novidade é que um bom Lattes tem preço.
Com o crescimento dos cursos de pós-graduação no Brasil e o amadurecimento da Plataforma Lattes, a corrida por "qualificação" tem sido grande, e a lógica quantitativa acaba incentivando a formação de um verdadeiro "mercado acadêmico". Já havia percebido isso ao me inscrever em um congresso, no meu caso o da ABRAPLIP, mas poderia ser de qualquer área e em qualquer lugar. Se você quer que seu trabalho seja apresentado, antes da inscrição deve enviar um resumo e aguardar o aceite. Elaborei o resumo, nas normas que exigiam, e o submeti. Em poucas semanas, um e-mail informa que o trabalho foi aprovado, e o ingênuo aqui fica feliz da vida: vai no site, preenche a ficha de inscrição, imprime o boleto, paga no banco a taxa de cento e poucos reais (há eventos de R$ 300,00, R$ 500,00, e por aí afora, especialmente se você for da área de Medicina ou Direito). No dia da minha apresentação no evento, a surpresa: havia cinco pessoas na sala: um professor e quatro apresentando trabalhos. Público para quê? Discussão para quê?
Afinal, dali sairemos com um certificado (enviado por e-mail), um CD-ROM e um número a mais no Lattes!
Evidentemente, a proporção não é um por um, mas tão evidente quanto é que os congressos hoje estão inchados com dezenas de apresentações de trabalhos, e o aceite desses é uma mera formalidade. Um trabalho medíocre será aprovado se não comprometer o evento e o autor lá estará, enquanto um aluno excelente que faça um artigo excelente mas por algum motivo não possa pagar a inscrição, ah, esse não estará lá. Afinal, sai caro um bom Lattes...
Mas vamos além, afinal de contas, poucos dos que se aventuram em cursos de pós-graduação não teriam dinheiro para a inscrição de um evento desses. E a passagem? E o hotel? E férias, para quem não tem bolsa? Sim, porque se você tiver pretensão de dar aula na USP, na UFRJ ou na UFRGS, é bom sua vida acadêmica não ficar restrita a Cacimbinhas, é bom você ter ido aos eventos nacionais mais importantes da sua área, ter contatos, viajar. E não espere algum desconto especial para viagens acadêmicas por parte das companhias aéreas. Muito menos bolsas oferecidas pelos cursos de pós-graduação, a não ser em raríssimos ― e discutíveis ― casos. Afinal, sai caro um bom Lattes...
Infelizmente, não é só isso. Estávamos tão acostumados a participar de congressos e pagar por isso, estamos tão satisfeitos em aproveitar esses eventos para fazer turismo pelo Brasil (ah, claro, ninguém acha que o controle de presença nesses eventos seja muito rigoroso, né?) que nem percebemos o quão injusta é essa lógica do "pagando bem, que mal tem". Quero ir além. De uns tempos para cá, tem se tornado comum no Brasil pagar pela publicação de artigos! Sim, os artigos científicos, tão puros, tão imparciais, tão citados como referência do conhecimento pela mídia, pelos nossos professores, publicá-los também tem um preço, e bem salgado.
Ainda não havia me acontecido isso, mas uma amiga da área da Enfermagem ousou submeter seu artigo de conclusão de curso para a Revista Gaúcha de Enfermagem e, adivinhem, o artigo foi aceito para a publicação com uma condição: ela e as outras duas autoras do artigo deveriam ser assinantes da revista para essa publicação, e, claro, isso tem um custo: R$ 130,00. Cento e trinta! Fiquei pensando se já aconteceu de alguém enviar artigo e ele não ser aceito, afinal cenzinho é cenzinho...
Pensei em reclamar para a UFRGS que uma revista com seu logotipo fizesse esse tipo de coisa, mas a Universidade está em férias. Entrei em contato, então, com a Ouvidoria do Ministério da Ciência e Tecnologia, a fim de denunciar esse tipo de abuso num país e numa universidade que lutam pela inclusão acadêmica de negros e pobres. A resposta, conclusiva, me fez perceber que o Lattes realmente tem preço:
Prezado Marcelo,A cobrança para publicação de artigos é prática frequente na área internacional, inclusive porque alguns periódicos científicos são bancados pelos próprios autores. A informação, pelos custos que envolve, resulta cara. No Brasil, esta prática ainda não está amplamente disseminada mas já é praticada, principalmente na área médica.No caso específico, segundo sua informação, o pagamento não é propriamente pelo artigo, mas para que ela se torne sócia da revista. Sugerimos que consulte a política editorial do periódico, que deve estar impressa na própria revista ou no seu site. A política editorial informa quais são os critérios utilizados para seleção e publicação de artigos.Nada obstante, caso ela não concorde com o critério, pode submeter seu artigo a outros periódicos que não exijam contrapartida financeira. Seguramente na sua área de especialização existem vários em todo o Brasil.Atenciosamente,Ouvidoria-Geral do MCT
Indignado, entrei em contato com minha orientadora de graduação, uma professora muito amiga, Doutora em Comunicação. E aí a professora me lembrou de que quando terminou seu Doutorado, recebeu pelo menos cinco cartas a parabenizando e a convidando a publicar seu belíssimo trabalho em livro. Mas, é claro, um livro acadêmico é sempre importante e, afinal, sai caro um bom Lattes. Caro quanto? Cinco mil reais.
Não posso concordar com essa lógica, e me surpreende que entidades como a UNE fiquem mais preocupadas com o preço da passagem de ônibus do que com esse tipo de descalabro. Não é novidade alguma que a seleção para os cursos de pós-graduação passam por critérios pessoais, políticos, nada objetivos, e no momento que se cria uma ferramenta para tornar a escolha um pouco mais democrática, admitiremos que essa ferramenta sirva para privilegiar os estudantes com mais poder aquisitivo? Sem demagogia, dessa forma algum pobre que entrou na universidade pelas cotas ou pelo Pró-Uni conseguirá ingressar em Mestrados e Doutorados a partir desse critério mercantilista?
Para mim, o caso é muito grave. São essas pessoas com Lattes recheados que irão lecionar nas universidades federais e particulares (e há aos borbotões), são elas que irão formar os futuros médicos, advogados, jornalistas, professores? E quais os valores que essa geração acadêmica tem a passar? O valor do "quanto mais, melhor", do "quem pode mais, chora menos"? E essa realidade, todos sabem, se reflete desde o Ensino Fundamental, onde as creches e escolas públicas são cada vez mais abandonadas e as particulares proliferam e profissionalizam- se. Mas aí já é assunto para outra crônica...
Para terminar, quero deixar aqui uma conta rápida ilustrando a grosso modo quanto custa rechear seu Lattes. Aqui não estou contando a vida escolar, apenas acadêmica:
Graduação: 48 mensalidades de R$ 1000,00:R$ 48.000,00
Mestrado: 24 mensalidades de R$ 1000,00:R$ 24.000,00
Doutorado: 48 mensalidades de R$ 1000,00:R$ 48.000,00
Participação em 1 evento nacional por ano (10 anos), com inscrição e passagem:R$ 10.000,00
Participação em 4 eventos regionais por ano (10 anos), com inscrição de R$ 50,00:R$ 2.000,00
Pagamento da "assinatura" de 3 revistas científicas da sua área por 10 anos:R$ 4.500,00
Publicação de um livro com sua dissertação de mestrado e outro com a tese de doutorado:R$ 10.000,00
Participação de um congresso no exterior, com possibilidade de ficar um mês na Universidade:R$ 3.000,00
Total, sem levar em conta os juros: R$ 151.000,00
Resumo da ópera: é mais fácil comprar um posto de gasolina do que rechear seu Lattes e dar aula numa boa Universidade Pública. E depois não querem que os professores torçam o nariz para os programas de inclusão... Marcelo SpaldingPorto Alegre, 5/3/2009
in: http://www.digestivocultural. com/colunistas/ coluna.asp? codigo
segunda-feira, 23 de março de 2009
Nada como um encontro de bons amigos que não se vêem há muito tempo. E nada como comemorar isso em lugares especiais, como no meio da mãe natureza e em grandes picos como a Ponta dos Seixas. É a gente queria ficar o mais perto possível da África. Só que mais do que uma pedra, tinha um mar enorme no meio e não seria aula de natação que resolveria o problema, mas de toda forma devíamos ter chamado o nadador famoso, talvez ele fosse gostar da programação. Potato! Ele gostaria.
Trilhas bonitas, praias do litoral norte ao sul. Não vou dizer se o pior foi alguém viajar de Tocantins até a Paraíba pra me ver com direito a todos os infortúnios do mundo, ou se foi escutar essa ladainha na minha cabeça todos os dias, como um sino de igreja tocando e nem lembro mais o número de quilômetros. Eu não NEGO vai, foi um herói. Mas de qualquer forma, lembro das aulas de matemática da sexta série, quando eu era uma boa aluna, e o sinal de está contido para mim pode ser elevado, nesse caso, a uma potencia de base dez, ao número de viagens que foram possíveis em uma única viagem. E eles estavam presentes em todas elas: Os micos, vulgo sagüins.
Até o momento eu achava esses animais muito simpáticos. Se não fosse a ocasião em que pareciam mais saqueadores. O ser humano se acha mesmo, mas talvez mudasse de idéia se estivesse no meio de uma revolta dos micos assassinos do litoral. E quantos eram! Incontáveis. O ataque começou por terra, um ou dois lentamente, devem ter o olfato bastante aguçado, depois foi aéreo, e essa era a maior especialidade deles, muitas árvores e muito gingado, as minhas percepções já não davam mais conta da sua agilidade. Praticamente um bombardeio. Eram muitos! E as crianças inocentes pagando pra ver, são eles de novo! Até aqui! Talvez eles quisessem só se aproximar, puxar uma banquinho e sentar, mas o sentimento natural dos animais seria fugir, ou reconhecer outra espécie com um sentimento de medo. Não era o caso deles. Além do que era muito surreal aquilo tudo, já imaginou várias cenas repetidas em locações diferentes, mas um pedaço da Mata Atlântica sempre estava lá, vai. Só que ela não saia em comboio atrás das pessoas!
Verdadeira perseguição. Foi difícil sobreviver, se não fossemos tão bem treinados, a correr, lógico, tinham nos deixado de tanga literalmente. E as pessoas ainda não acreditam, acham que é história de pescador, canto da carochinha... Mas hoje penso que isso poderia ser evitado. Só era ter deixado uma coisa pra o santo, ou... Para os micos. Aí tinha ficado tudo em paz. A gente ainda paga mico só para vocês.
domingo, 22 de março de 2009
Sinistro. É como se pode descrever uma idéia de colocar certo montante de indivíduos juntos num prédio vertical de quatorze andares, onde não se encontra muitos espaços arquiteturais de sociabilidade além de salas de aula e corredores. Desculpem-me. Esqueci dos elevadores. É Importante lembrar-se deles já que seu funcionamento é tão essencial para a vida cotidiana na metrópole. Filas são típicas, esperar o próximo, ou subir as escadas, depende da hora marcada, que por vezes difere da hora chegada. Mas enfim, ele chega. Na hora que todo mundo consegue entrar, sem considerar as vezes em que algumas pessoas tem que esperar o próximo, alguém sempre chega por último e quase perde o braço na porta. O elevador está no térreo. - Tá subindo, vem a pergunta. Como se tratam de pessoas apressadas, acho que decidem responder rapidamente sem pensar, nem titubear: sim. É, mas pelo o que eu saiba apesar do aspecto de reforma que rodeia todo o prédio, isso não significa que está tendo uma expansão, assim como nos shoppings centers, e que se criaram andares de subsolo, mezanino I e II, nem salão de festas. De repente poderia ser um ambiente de sociabilidade. Contudo, não é esse o caso até agora. Se bem que com as parcerias público-privadas, nem me meteria a duvidar dessa possibilidade. A questão é que subir pra cima, e descer pra baixo, é um tanto redundante por assim dizer. Mesmo assim, eu sonhei um sonho. Sonhei que existiam praças, bancos, mesinhas, jardins, pessoas ocupando o chão de forma irregular, conspirações, intervenções e piracões. E que a nuvem de poeira passaria, para dar lugar a idéia de Aristóteles sobre a função das tragédias. De emancipar o ser humano através do equilíbrio dos seus sentimentos bons e ruins. Um refletir sobre si mesmo, a vida como um espelho de si. Além de um distanciar-se para fora de si e olhar melhor para dentro. É, parece uma coisa espírita, não é. De você sair do próprio corpo. Mas é bem por aí mesmo. A catarse. Enquanto, muitos seres, eu entre eles, não consegue a completude do sentimento de catarse, se deve permanecer a assistir a tragédia e buscar seus conhecimentos. Se aprofundar na verdade do mito, do que na ilusao que ele contém.
domingo, 8 de março de 2009
E sentir-lhe um paladar,
Seria mais feliz um momento ...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando ser infeliz
Para se poder ser natural...
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva ...
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja ...
Alberto Caeiro
quarta-feira, 4 de março de 2009
Há muito tinha prometido a algumas pessoas próximas escrever sobre as estrelas. Não as que comumente encontramos num céu límpido. Mas outro tipo de estrelas, as da terra, aquelas que têm milhões de estilhaços ao seu redor gritando euforicamente ou às vezes silenciando como conduta de conformação ao que as reluzentes explicam perfeitamente, imagens criadas de um interior que deveria ser mais crítico. Também não vou entrar em grandes detalhes sobre o silencio, porque acredito que ele também pode funcionar como uma forma de crítica, mas isso é outro assunto. Digressões.
Entretanto tenho que explicar que esse ainda não é o texto prometido sobre as estrelas, que já foi iniciado mais está estancado no momento em razão da vida não se limitar a esse blog, infelizmente, por sinal. Mas o que trago aqui é mais uma experiência, dessa vez com uma estrela de sei lá de que essência, diriam os astrônomos, não gastei o tempo da minha vida nesses assuntos. O grande lance é que a surpresa quase sempre é um dos melhores temperos da vida.
Fui encontrar com uma estrela da política, do tipo em que pensei, não costumo fazer o tipo que faz tietagem, mas para esse cara eu tiro o chapéu. Suas posições políticas são muito boas. O que me fez por um momento esquecer o grandessíssimo fenômeno inter e extra-estelar. Me corrija a nova gramática brasileira.
Para mim, o combinado era conversarmos sobre a minha empreitada, porém o problema em conversar com estrelas é ou de alguém dizer que você é maluco, e joga pedra na lua, ou que comumente as estrelas não têm um dia de 48 horas. Logicamente isso quer dizer que elas não têm tempo. O que para mim seria um espaço de debate de duas horas sobre o assunto, acabou se resumindo a minha procura incessante por um material numa volumosa prateleira com materiais orientados, a fim de buscar uma referencia que sumiu da biblioteca. Mãos sujas como nunca havia visto antes: muita poeira. Outra coisa, não ouse duvidar do que as celebridades dizem, é dissertação e não tese. Da próxima vez não acredite no que a moca simpática da biblioteca diz, quando procura a referencia cadastrada ou pelo menos não afirme com tanta veemência. Tudo pela paz. No War! A não ser que seja o War III o dos aviões, que pra mim é o mais interessante.
A minha lição é que terei que deixar de ser sedentária e fazer algum tipo de atividade física, que ajude o meu corpo e mente a correr e ter a vocação necessária para lidar com estrelas, além do que não posso reclamar da atenção dada, pelo menos no âmbito virtual, que foi de presteza absoluta, coisas que a santa internet proporciona. Terei que marcar um horário na agenda, respeitando os programas de televisão marcados, as palestras, entre outros, já que esse é o caminho do Olimpo, tenho que saber pelo menos as regras do espaço, mesmo que prefira ficar no Osujo se me permitem o trocadilho sem noção, resta-me apenas resignar-me aos ácaros e poeiras dos meus livros, que são de enorme utilidade, mas o ser humano não se dá por satisfeito, fazer o que. Precisa de prismas, de coisas que brilhem talvez comprar uma lâmpada fluorescente resolva o problema, bem que estou precisando de uma para a mesa. Desculpem a falta de acentuação, mas o meu teclado continua desconfigurado, ainda não consegui identificar todos os acentos.
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

“São oito milhões de habitantes
De todo canto e nação que se agridem cortezmente
correndo a todo vapor
E amando com todo ódio
Se odeiam com todo amor
São oito milhões de habitantes
Aglomerada solidão
Por mil chaminés e carros
Craseados a prestação
Porém com todo defeito te carrego no meu peito...
São, são paulo, quanta dor...
São, são paulo, meu amor... (Tom Zé)
Que horas... 10 conto na 25!!
De início a primeira reação é intimidação.
Apesar das receitas e teorias, o senso comum fala mais forte, e não há como fugir de milhões de palavras que foram pronunciadas pelo aparelho medonho todos os dias. Seja simplesmente para dar o tempo, para passar alguma tragédia, ou o cotidiano de uma cidade como representante do Brasil.
Mesmo assim pensei que fosse mais emocionante. Me desculpem, mas talvez eu estivesse esperando uma montanha russa com direito a frio na barriga. Só que a fila tava tão grande, que eu desisti de andar. Esse é o problema de ser uma eterna criança, procurar sempre emoção em tudo.
Posso dizer que esperava mais. Sim.
Talvez seja um mal da humanidade esperar mais, ou mesmo, eu esteja culpando a humanidade por um mal meu. É, isso mesmo. Não estou poupando minha dose de autoflagelação diária. É só para que não digam que estou sendo arrogante, tudo bem? Até porque não vai dar pra explicar todos os fatores que me levam a crer que essa cidade como expõe Tom Zé, é um grande fruto de contradições.
Me chamem de provinciana, ou dos sinônimos que possam existir, mas como passar 2 horas e meia dentro de um ônibus abafado com um sol escaldante que vem seguido de uma chuva torrencial que inunda a rua que você pretendia descer e voltar pra casa? Como se passa 3 horas num trânsito para ir a uma praia, em que eu vou a 20 minutos numa muito mais bonita na minha terra? Difícil de acostumar, não?
- Show de Luiz Melodia, o fim de semana inteiro no sesc Vila Mariana!
- Que ótimo. Vou ligar para comprar os ingressos. (Quarta-feira pela manhã)
- Queria comprar ingressos pra o show de Luiz...
- Os ingressos estão esgotados!
Que instingante. Realmente, aprendi uma coisa lá. O meu trauma de me achar sistemática e a tentativa de fugir disso, é mesmo real pra essa ocasião. Não sou tão sistemática assim! Precisaria me programar com um mês de antecedência no mínimo. Uma coisa tirei de bom: Um relógio Swatch a 10 conto na 25 de março!! Paraíso dos pobres!! Fiz a festa na galeria Pajé!! E haja japonês, coreano, e derivados. Talvez possa me organizar melhor de relógio, quem sabe. Ou então depois do vidro que caiu e colei, a próxima parte a não funcionar seja o contador. Daí, vou perceber que ou eu parei no tempo, ou a intimidação não passava um canto ilusório da sereia, de uma estrutura imponente que ao mesmo tempo te aprisiona, te fazendo refém de uma cidade que estrangula a liberdade.
Assim, por hora, prefiro não usar relógio e continuar acordando e decidindo ao longo do dia qual a programação que farei sem precisar enfrentar filas quilométricas, talvez uma sistematização a cada acordar. Quem sabe aprendo a me basear pelo relógio do sol também... Já que tem sol todos os dias, sombra, água de coco (fresca) a 50 centavos na praia, e o melhor de tudo: VENTO, BRISA, e seus sobrinhos e primos.
Bárbara
sábado, 24 de janeiro de 2009
EXTRASERESTIAL
tem que se ver.
ver em si algo daqui ou dalí
ser o que és
sem ao menos saber o que é.
tem que ser ser.
pra refletir e conseguir entender.
fazer idéia do que isso seja a ser.
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sê veja bem
tem que se ver.
ver em si algo daqui ou dalí
ser o que és
sem ao menos saber o que é.
tem que ser ser.
pra refletir e conseguir entender.
fazer idéia do que isso seja a ser.
sábado, 10 de janeiro de 2009
..horizonte NACIONAL..
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
NATIVIDADE
Como dizer...: Tranquila idade!
Dificilmente saberia qual é se fossemos interrogar por um lado inverso.
Inversão do que se costuma identificar, enxergar, perceber...
CAPTURAR
Uma atividade constante.
UM SER NATIVO,
nativo em terra que não é minha...
terra que ponho
na mão, fecho e jogo no chão.
Terra que germina
que cativa.
Terra preta e vermelha que nego sem intenção.
Da vista panorâmica de meu porão ela é de todas as cores. Cores sem definição
cor da terra, saturno e plutão.
Grão de árco-íris e grão furta-cor. Grão que te ajuda a me compor.
Todos eles formam um imagem por linhas, criando simbolos a interpretar
se NEGO ou se AFIRMO
AQUI É MEU LUGAR.
helder
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
domingo, 7 de dezembro de 2008
A PELEJA DE DONA JOSEFA

A chuva em Recife ultimamente é um fenômeno raro. Mas realmente tinha que chover logo quando Dona Josefa resolveu lavar dois varais de roupa, e pior ainda, depois dela sair de casa, o que a fez depender das crianças para apanhar as roupas do varal. E como todos devem saber as crianças de hoje, nem sempre estão dispostas a levantar da cama numa chuvinha fria para apanhar roupas na chuva, foi por isso que ela salientou: - Apanhe as suas e as minhas também! Por via das dúvidas é melhor não arriscar.
Mas tudo seria mais tranqüilo para o seu dia se não fosse dois fenômenos: Ser o seu primeiro dia no trabalho e estar atrasada, e o segundo, a festa do morro que arrastou 50 ônibus um atrás do outro, diminuindo a frota já escassa do CDU-VÁRZEA. Ônibus que ela jurava que ia pegar. Ainda por cima passam várias pessoas perguntando onde é a parada para o ônibus da festa, Dona Josefa não exita em responder: - É a próxima parada, não se preocupe que passa ônibus de instante em instante, só não passa essa desgraça que eu estou esperando. Completando que quando ela era católica não tinha tantos ônibus assim, mas quando decidiu ser evangélica as coisas mudam. Realmente. Parece existir um complor interplanetário contra ela. Que por sinal, não acaba aí. Como senão bastasse reclamar cerca de uma hora sobre não ter feito outro percurso que talvez a fizesse conseguir chegar no horário certo ao trabalho, a cada dez segundos comenta sobre que o próximo ônibus tem que ser o dela, consequentemente o meu. O que aumenta a minha ansiedade, mas fazer o que ela apenas é uma pessoa que honra seus compromissos. Todavia, acerta em cheio quando resmunga que o que mais a deixa chateada é chegar atrasada no primeiro dia de trabalho.
Para completar o seu desespero, a chefa que disse que não queria que ela chegasse às sete horas, mas as sete e meia, resolve ligar as sete e vinte e sete. Dona Josefa tenta se explicar, mas quando desliga o telefone chama mais palavrões que uma igreja inteira com o espírito santo. Admitindo que o fato de não conseguir passar muito tempo em um único trabalho se resume as atitudes de comando das suas patroas, que deixa ela se sentindo inferior.
Bem, parece que finalmente existe uma chance de um ônibus que pára passar perto de onde ela quer, mas quando ela menos esperava ao mesmo tempo chegou o cdu-várzea. Até fiquei mais aliviada porque enfim pararia de escutar tantas reclamações no início da manhã, e porque o seu dia talvez fosse mais feliz graças à chegada do ônibus. Se não fosse é lógico, a resposta do motorista: - Não esse ônibus não passa lá, o San Martin é que passa. (ônibus que ela ficara em dúvida se passara ou não no trampo, e acabava de perder). Bem, nem consegui olhar para a cara de desespero dela, porque na verdade, eu estava mesmo era morrendo de vontade de rir. Porque a pessoa fala tantas coisas negativas, que é quase impossível existir uma energia revertida para que as coisas dêem certo. Ela desceu do ônibus com uma cara que era um misto de raiva e tristeza.Durante o percurso do ônibus, o motorista comenta com a cobradora: - O San Martin passa mesmo lá? Tô achando que não. A cobradora responde: - Acho que passa, mas não tenho certeza, ela deve se informar pra saber.
Bárbara
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
SERES OU NÃO...? SER!?
A ANDROGINIA INTERNA DOS SERES ME FASCINA. INCÓGNITAS EXPOSTAS SEM RECEIOS, EXPRESSÃO LIVRE DOS FATOS ANEXADA A GESTOS E TEXTOS CORPORAIS. LATENTES POR EXPANSÃO, QUASE EXTINTOS NA SOCIEDADE EM EXTINÇÃO.
RESSUSCITEMOS OS SENTIMENTOS!
AQUELES APAGADOS... PELAS CRIATURAS DE CARÁTER VIL.
aos que insistem em jogar terra em nossos sentimentos..
precisas de afirmações?
lançote-as:
O CÉU É AZUL!
A TERRA É REDONDA!
DOIS E DOIS SÃO QUATRO!
O HOMEM VEIO DO MACACO!
O LEÃO É O REI!
VOCÊ É PRA NASCER, CRESCER, SE REPRODUZIR E MORRER!
GISELE É BONITA!
HEBE É FEIA!
ELA É MULHER!
ELE É HOMEM!
quem te garante?
deixo minhas felicitações e indignações para quem quer que caiba, ponto final
por dinho
foto: helder oliveira
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
___________vereda interior_____
Será que somos o que nossa familia pensa ou deseja que somos?
Será que possuimos a imagem que sub-projetam de nós?
Bem, de uma coisa tenho certeza:
Somos o que cada uma dessas pessoas acha.
E não perdendo tempo engrossemos logo o caldo, viremos também metarmofose ambulantes.
dinho,
em 30.09.08
fotografia: Helder Oliveira (série auto-retrátil)