quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

SERES OU NÃO...? SER!?

A ANDROGINIA INTERNA DOS SERES ME FASCINA. INCÓGNITAS EXPOSTAS SEM RECEIOS, EXPRESSÃO LIVRE DOS FATOS ANEXADA A GESTOS E TEXTOS CORPORAIS. LATENTES POR EXPANSÃO, QUASE EXTINTOS NA SOCIEDADE EM EXTINÇÃO.

RESSUSCITEMOS OS SENTIMENTOS!

AQUELES APAGADOS... PELAS CRIATURAS DE CARÁTER VIL.

aos que insistem em jogar terra em nossos sentimentos..

precisas de afirmações?

lançote-as:

O CÉU É AZUL!
A TERRA É REDONDA!
DOIS E DOIS SÃO QUATRO!
O HOMEM VEIO DO MACACO!

O LEÃO É O REI!

VOCÊ É PRA NASCER, CRESCER, SE REPRODUZIR E MORRER!
GISELE É BONITA!
HEBE É FEIA!
ELA É MULHER!
ELE É HOMEM!

quem te garante?

deixo minhas felicitações e indignações para quem quer que caiba, ponto final


por dinho
foto: helder oliveira

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

RÉ. TRATO do ATO RETRATO







___________vereda interior_____

Será que somos de fato aquilo que nossos amigos acham que somos?
Será que somos o que nossa familia pensa ou deseja que somos?
Será que possuimos a imagem que sub-projetam de nós?


Bem, de uma coisa tenho certeza:
Somos o que cada uma dessas pessoas acha.
SOMOS O QUE SOMOS!
Somos coisas que nem sabemos que somos ainda. Temos características que só serão descobertas no aprendizado e na empiria cotidiana de nossas vidas.
Nosso grande amigo e companheiro de farras, Raulzinho, tinha razão ao sair gritando por mundão a fora que preferia ser essa metamorfose ambulante.

E não perdendo tempo engrossemos logo o caldo, viremos também metarmofose ambulantes.
Somos hoje com um o que seremos amanhã com outro.
Essa mudança constante de representação é altamente louvável.
Ela é uma das culpadas pelos bons momentos de muitas pessoas...
Inclusive dos nossos.


dinho,
em 30.09.08
fotografia: Helder Oliveira (série auto-retrátil)

domingo, 30 de novembro de 2008

Sensações Jornantropológicas

Domingo, dia de feira, final da manhã. Saí para comprar umas coisas. Bem em frente a minha casa, um casal passava conversando e pude ouvir umas palavras soltas... "mulher... tiros". Não dei muita atenção, segui. Pouco a frente, dois amigos: - É, mataram... – Carai...
Próximo ao final da minha rua, uns três grupos de pessoas também conversavam, expressão de coisa não cotidiana aconteceu. Pus os ouvidos atentos a mais ou menos todos, a voz de uma senhora se sobressaiu: - É, eu fui olhar, ainda tava agonizando, chamaram o Samu, mas quando chegou ela já tava morta. Um rapaz escutou um tiro. Outro comentou que "tinha tiro na cabeça, em todo canto".

De longe posso ver o final da rua perpendicular a minha: lá tinha muita gente e muita coisa acumulada: crianças, sacolas de feira, mães, idosos, carros, bicicletas. Tudo muito colorido, agitado e envolto em ondas de calor. Sempre me impressiona como as pessoas adoram ver defunto. Eu não gosto. E, mesmo curiosa, não precisaria chegar perto, pois já sabia mesmo o que tinha acontecido.

Mas fiquei pensando na tal mulher. Ela tinha filhos? Alguém ia chorar por ela? Ela sabia nadar? Andar de bicicleta? A quem amou? Quem a amou? O que ela gostava de comer, de beber? Tinha muitos amigos? Quantos namorados ela teve? E quantos deles vão se abalar quando souberem o que aconteceu? Pra onde ela vai agora?

Minha cabeça depois se perdeu pensando em outras coisas, na balbúrdia colorida, quente, barulhenta e de cheiros fortes da feira. Ao voltar, um carro de reportagem passou por mim e eu lembrei de novo da mulher. Pensei que depois poderia entrar no portal de notícias pra saber mais sobre. Mas desisti logo. Lá com certeza não haveria muito mais do que eu soube entre minha casa e o final da rua. E o que eu queria mesmo saber, talvez nem a "mulher morta a tiros hoje no Funcionários I" soubesse.
Por Caroliane Anjos