sexta-feira, 24 de abril de 2009

Ser Prolixo é preciso viver nao é preciso

Nada contra as pessoas. Mas ultimamente tenho preferido livros, papéis, casas, árvores, animais, e principalmente praias (quando se pode). Inclusive acho que me dou melhor com esses objetos. A culpa não é das pessoas, mas de um sentimento de aversão instalado, em especial as multidões. É, às vezes, lembro do filme de Eduardo Coutinho, Edifício máster, quando uma das pessoas entrevistadas fala do sentimento de aversão ao Rio de Janeiro pela quantidade de pessoas ao redor, que não sabe mais se são as ruas que ficaram pequenas, ou se as pessoas que aumentaram, ou se foi as duas coisas. Fobia social no fim das contas.

Pois bem. Interessante é você pensar sobre como o cotidiano acaba por ser sempre o mesmo, tudo está minimamente esperado, inclusive as relações com as pessoas. Contudo, não vejo problema em partilhar meu tempo com uma música, ou com o ócio, em vez de necessariamente estar numa multidão = mais de 5 (cinco) pessoas. O fato é que o mínimo vão te chamar de autista. É, acho que vou comprar um prato daqueles e ficar girando loucamente, talvez seja divertido. Talvez seja mais interessante do que proferir discursos prolixos para fins de obtenção de condutas e regras sociais estabelecidas.

A principal questão é que se tem alguém que tem que começar a andar do meu lado de vez em quando, é a palavra prolixa. Temos antipatia uma pela outra, é bem verdade, e o fator das multidões exacerba essa antipatia, entretanto, ela faz sombra se manifestando demasiadamente, como assim é, em pequenos grupos.

É, enquanto conquisto sua amizade, que para mim é um tanto utilitarista, continuarei tentando não ser prolixa na escrita, já que não é uma vantagem, no mundo dos 500 caracteres. Mesmo assim, ainda prefiro os papéis. Entretanto continuarei na corda bamba de não sintetizar por demais as idéias, por enquanto acho que mais vantagem é comprar um conjunto de loucas, com muitos pratos, quem sabe usando mais de um prato, possa ser uma condição de ser prolixo.

Vai saber!

4 comentários:

Sandoval Fagundes disse...

esse texto é de quem? pergunto porque tem um texto de chico buarque aí, esse é de tua autoria? gostei dele! abraço!

Ângela Pereira. disse...

Me lembra um texto meu em que eu digo:http://descasulando.blogspot.com/2009/09/alem-das-aparencias-prefiro-os-sabias.html
Eu prefiro o canto dos sabiás... ( deixando Rubens Alves completar "que quando cantam , todo mundo se cala e escuta").

Há momentos em que nossas melhores companhias realmente são os livros, as músicas e a natureza!

Helder Oliveira e Bárbara Duarte disse...

Realmente!

a autora desse texto é minha querida amiga Bárbara Duarte, uma concepção totalmente compartilhada.
beijão pra ti,
e saudade de tuas letras.

Anônimo disse...

"... tudo está minimamente esperado, inclusive as relações com as pessoas." Se pensarmos pelo sujeito do esclarecimento, o valor já determinou toda a relação que tem caráter de "natural". Quase um tédio latente, que pode aparecer e desaparecer quando se é reconhecido ou inimigo da sociedade. Quanto mais coisas temos para fazer, menos tempo temos para viver. E quanto à comprar... xiiiii. Parece que é o fim do dinheiro para quem já pensa o impossível: abolir as relações inconscientes de fetiche. Um abraço!!Ivo Xavier